Eu, Vicência Jaguaribe

        Meu nome completo é Vicência Maria Freitas Jaguaribe, mas assino meus trabalhos como Vicência Jaguaribe. Sou cearense, de uma cidadezinha do Vale do Rio Jaguaribe (eis a origem de meu sobrenome), de nome Jaguaruana (vocábulo indígena que significa “onça preta”). Nasci no dia 7 de agosto de 1948. Sou formada em Letras com mestrado em Literatura. Ensinei no Colégio Nossa Senhora das Graças, no Colégio Castelo Branco, na antiga Escola Técnica Federal do Ceará e na Universidade Estadual do Ceará. O curso primário fiz em minha cidade, e o curso médio, em Russas.
        Sou filha de Francisco Jaguaribe e de Miriam Freitas Jaguaribe, e a primeira de seis irmãos. Somos dois homens e quatro mulheres, mas temos uma irmã de coração — uma prima que morou conosco desde pequena. Não tenho filhos, mas tenho sobrinhos (oito de sangue e muitos de coração) e um sobrinho-neto que nasceu em outubro de 2010. A nossa é uma família grande, com muitos tios (alguns dos quais falecidos), muitos primos, parentes e aderentes.
        Gosto de artes, principalmente de literatura, cinema, música e dança. Já pratiquei voleibol, já dancei. Viagem? Fiz poucas e só pelo Brasil, não tenho espírito nômade. Gosto de fincar raízes. Considero-me um animal urbano e exigente, que gosta do conforto da cidade. Dou-me bem com a modernidade e com sua parafernália elétrico-eletrônica.
        Não sou de muito conversar, mas tenho um bom número de amigos, com quem me relaciono bem. Gosto de reuniões de família e de amigos. Já fui muito intransigente, mas eduquei-me e, hoje, considero-me uma pessoa maleável, pouco exigente e compreensiva.
        Amores? Tive-os, mas estão no passado.
        Comecei uma nova vida aos sessenta anos — passei a escrever em prosa e em versos, para crianças e adultos. Já publiquei quatro livros para criança e um para adulto. Continuo escrevendo e publicando em alguns sítios da Internet. Eis uma amostra do que escrevo: 
      A cara da solidão
        (Para Eduardo Lara Resende)

Irmão,
A solidão tem sempre
Sua cara e seu jeito
Quer lhe dê quer não lhe dê trela.
O único meio de fugir dela
É nunca olhar-se no espelho.